domingo, 6 de maio de 2012


Pitangui

Pitangui surgiu no fim do século XVII e foi elevada a vila em 1715. Em 1855, recebeu o título de cidade. Fica no sopé da Serra da Cruz do Monte, um dos mais altos pontos da região. É conhecida popularmente como Velha Serrana. No início, suas terras e rios, ainda sem nome, já abrigavam escravos fugitivos das primeiras expedições oriundas da cidade de Porto Seguro, que entravam pelo norte mineiro em busca de ouro. Esses fugitivos foram os que primeiro encontraram o metal. Dos antigos donos da terra, os índios, pouco restou.
Restaram histórias de mulheres de grande poder e prestígio, como Maria Tangará, Joaquina do Pompéu e Dona BejaHá uma carta do governador dom Brás Baltazar da Silveira escrita de São Paulo em 1º de setembro de 1713 em que comunica ao rei:
"Senhor. Vendo os moradores desta cidade que os reinóis no último levantamento os haviam lançado violentamente das Minas, e despojado dos bens que nelas tinham, tomaram a resolução de procurar outros sertões em que continuassem os seus descobrimentos e chegando até o sítio chamado Pitangui ou Pará, começaram a descobrir ouro e, continuando nesta diligência, a que os obrigava a sua necessidade, acharam cada vez mais bem logrado o seu trabalho com a abundância de ouro que foram descobrindo e, receosos de que com a entrada de reinóis experimentassem o mesmo dano que receberam nas primeiras, publicaram que não haviam de consentir nela os ditos reinóis; porém, depois da minha chegada a esta cidade, me assegurando os homens principais dela que eles se acomodariam com o que eu resolvesse neste particular e reconhecendo que a verdadeira segurança destes governos, compostos de paulistas e reinóis, é a reunião de uns e outros, a qual se não pode fazer senão associando-os e, nesta sociedade, administrar-lhes a justiça, determino procurar quanto me for possível acomodá-los para que se utilizem todos e vivam com sossego".


Outra carta do mesmo governador em 6 de fevereiro de 1715 menciona Pitangui:
"Representando-me segunda vez os paulistas a necessidade que tinham de que o arraial de Pitangui fosse erigido em vila, não só para o bom regime daqueles moradores (...) parece conveniente que eu vá fazer a dita ereção."
Foi instalada em 9 de junho de 1715, porque há carta patente do mestre de campo Antônio Pires de Avila (sargento-mor do distrito de Pitangui, provido em 27 de dezembro de 1713, que fora nomeado superintendente das minas de Pitangui), em que se lê que, a 9 de junho de 1715, com ordem do governador e capitão-general e com comissão do ouvidor-geral Luís Botelho de Queiroz, levantou a vila no distrito de Pitangui, dando-lhe o nome de Vila de Nossa Senhora da Piedade. Em uma junta em Vila Rica em 1715, aparece um padre João Vaz Teixeira como vigário de Pitangui, que foi colada em 1724 sendo vigário o padre Luís Damião por mais de trinta anos.
Na famosa lista secreta de 1746, os mineiros abastados que viviam em Pitangui eram Gabriel Rodrigues Tavares, Luis de Castilho, José Baltazar da Rocha, João Veloso Ferreira, João Ribeiro Guimarães, capitão Miguel de Faria Sodré, Miguel de Faria Morato, Miguel de Bastos da Costa, capitão Manoel da Silva de Carvalho, capitão Manuel da Mota Botelho, alferes Manoel Pereira de Crasto, Manuel Mendes da Silva, Antônio Ferreira, capitão Antônio Rodrigues Velho, Antônio Ferreira Garreiro, João Vieira Chaves, José de Oliveira Portela, João Pereira da Costa e Antônio da Silva. E negociantes eram Pascoal dos Santos, João Pacheco Ferreira, Domingos Francisco Rodrigues e Domingos Marques Guimarães.

Cultura

Sétima vila do ouro do estado, Pitangui guarda parte da arquitetura da sua formação inicial, embora a cidade tenha sido parcialmente descaracterizada, com a demolição de casarões, desaparecimento de imagens sacras, altares e peças de adorno. Em 2008, seu conjunto arquitetônico foi tombado em caráter definitivo pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. A partir de 14 de março de 2010, entrou em vigor lei que proíbe o tráfego pesado no núcleo histórico da cidade. O prefeito Evandro Rocha Mendes acredita que a medida pode desvalorizar o comércio do núcleo histórico. É importante citar que as terras do municipio de Pitangui, ao serem desmembradas, deram origem a cerca de quarenta novos municípios, entre os quais podemos citar Divinópolis, Itaúna, Carmo do Cajuru, Pará de Minas, entre outros. Desde 2003, a cidade recebe poetas e trovadores de todo o país durante os Jogos Florais, realizados pela União Brasileira de Trovadores.

Personalidades

Em Pitangui, nasceram e viveram personalidades nacionais como:
  • Padre Belchior Pinheiro de Oliveira: contribuiu decisivamente no dia 7 de setembro de 1822, com a independência brasileira;
  • Borjalo: criador do primeiro logotipo da Rede Globo e da zebrinha da loteria esportiva
  • Murilo Mendes: viveu em Pitangui entre 1930 e 1939, foi um dos maiores poetas do Brasil no século XX
  • Mendes Pimentel: primeiro reitor da Universidade de Minas Gerais, hoje Universidade Federal de Minas Gerais e criador do Instituto dos Advogados Mineiro
  • Rui Falcão: ex-presidente e vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores
  • Vasco Azevedo: fundador do primeiro jornal de Belo Horizonte
  • Azevedo Júnior: um dos jornalistas mais populares do início do século XX no Sudeste Brasileiro
  • Bartolomeu Campos Queiroz: um dos maiores nomes da literatura infanto-juvenil do Brasil contemporâneo, tendo ganhado o Prêmio Jabuti em 1983
  • Gustavo Capanema: deputado federal, interventor federal em Minas, senador, Ministro da Educação do Governo Getúlio Vargas e Ministro do Tribunal de Contas da União, no governo JK. Capanema criou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, o Instituto Nacional do Livro, além de ter idealizado a construção do Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro.
Fotos




Comentário

No primeiro final de semana de Junho vou visitar a cidade!
Postado por: Marcela Luisa

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